sábado, 9 de abril de 2011

Raiva, tristeza ...

Ontem me falaram que eu estouro de raiva do nada. Mas nunca é do nada. Não é porque eu fico louca quando ouço um comentário bobo e pequeno sobre meu jeito de ser. Não é por isso. Há que se considerar tudo o que eu aturei até aquele dia. A gota d'água que tem a relevância de uma gota d'água, porém, o resultado ao cair no copo cheio é catastrófico. Então, hoje, nem é raiva que eu sinto. É angústia, desespero, choro compulsivo. É andar estar no ônibus e pensar "opa, falta pouco tempo pra eu chegar lá e poder me trancar no quarto, tomara que eu consiga segurar as lágrimas até lá". Daí me perguntam o que aconteceu dessa vez e a minha resposta é mimimi. "Mas nossa, só isso?", perguntaria uma pessoa qualquer. Sabe. Não é só isso. Não sou uma pessoa forte, eu finjo que sou. As pessoas acreditam. As pessoas acham que eu estou aqui de boa. "se alguém agüentou, eu não agüentaria". Eu não agüento. EU NÃO AGUENTO. Mas é o que temos para hoje. Lembro de quando eu tinha 17 anos e vi o colégio dando tchau, minha preocupação ao deitar a cabeça no travesseiro era "eu vou passar na vestibular? Mas como se eu ainda nem tinha decidido que curso fazer?”. Dilacerada por dentro e por fora. Minha preocupação ao dormir era o calor no dia seguinte. Hoje, minha preocupação é tomara que eu consiga ir embora daqui. E vem nego dizer que quem agüentou tanto, agüenta mais. Como se eu realmente agüentasse. São nesses dias como hoje que vem tudo de uma vez. A vontade de sentar na calçada e chorar. E é por tanta coisa. Eu choro coisas que aconteceram há 10 anos. Eu choro o que aconteceu hoje. Tudo junto. Cada lágrima representa um sofrimento. E são muitos. Estava sentada, fui levantar e escorreguei. Pensei que era água da chuva, eram as minhas lágrimas no chão. Todo mundo sofre, todo mundo chora. Eu penso parabéns se você agüenta, eu ainda não aprendi. Quem sabe um dia. Só aprendi a chorar até dormir. Dormindo a gente não sofre.



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Que seja doce .